segunda-feira, 14 de junho de 2010

HENRIQUE MENEZES - ARTISTA DA OCUPAÇÃO CULTURAL PARTICIPA DO FESTIVAL ANUAL DA CANÇÃO ESTUDANTIL


Ainda não estou velho. Mas já vi muita coisa e hoje boto as butucas nos mais novos que eu. É deles que vai sair, obviamente, o que virá de mais moderno. Que revolucionará as artes. Acredito que nós artistas devemos ser a vanguarda. Por isso a arte por mais absurda que pareça aos nossos olhos, embora me assuste às vezes, é a que me provoca e me obriga a refletir.
E por isso venho aqui, publicamente, mesmo correndo risco, prematuramente, lançar um desses nomes: Henrique Menezes. Isso mesmo. Guardem esse nome. Guardem fotos. Registros. Eles valerão no futuro por que este menino tem tudo para estourar se agarrar as oportunidades certas e se o destino não o trair.
Esse menino de um senso de humor nato, com expressões por vezes caricatas e original artista gráfico cujas peripécias sobrepõem-se particularmente nos seus álbuns do orkut, começou timidamente acompanhando ao violão sua irmã (a não menos talentosa Jamile Menezes) nas primeiras apresentações da Ocupação Cultural. Vez ou outra Henrique arriscava-se cantando alguns versos. Coisa pouca. Em novembro, fiz-lhe o primeiro desafio: musicar um dos poemas que seriam lançados no livro Rio de Letras. Ele topou e fez uma versão a la Arnaldo Antunes para o poema “Branco/Negro” de Bira Lima. A TV Face registrou o momento.
De lá para cá Henrique foi perdendo a timidez e passou a apresentar-se sozinho em algumas edições. Em 2010 ele surpreendeu-nos, a mim e a Jamile - conto a história: tinha falado com ela na véspera de mais uma edição da Ocupação. Tava meio que um clima de desânimo visto que Henrique estava agora fazendo cursinho pré-vestibular à noite e estava complicada então sua ida para a Ocupação visto que iria ter que filar aula. Ao mesmo tempo em que falava com Jamile, falava também com Henrique. Ele havia acabado de me confirmar que estaria na Ocupação. Mas eu não disse a Jamile. Por isso a surpresa - Mas o que me surpreendeu mesmo foi Henrique ter filado aula, ele mesmo escolhido o que iria cantar e vim apresentar-se. É claro que eu tinha minhas opiniões de que no seu lugar não só filaria aula como ainda levaria uns colegas e faria ver aos outros que na verdade o idiota é quem continuasse em uma entediante e alienada sala de aula enquanto a verdadeira aula freiriana (contrária à educação bancária, defensora de uma educação democrática e plural onde não existe o que sabe mais e o que não sabe nada e tem que aprender; o que existe são saberes diferentes que dialogam). Mas tudo isso eram apenas minhas idéias. E é obvio que nem todos irão concordar.
Mas voltemos a falar de Henrique. Pois bem, como disse, nesse dia ele surpreendeu-me pela atitude. Pela originalidade. Disse para mim mesmo: - Taí alguém que ta procurando seu espaço e vai conquistá-lo ao seu modo! – Henrique parece que começou a tomar gosto pela coisa – como se diz. Na Ocupação seguinte, lá estava ele. Dessa vez cantou uma música ao violão e... Surpresa! Acompanhado de uma banda ele tocou Índios, do Legião Urbana. Faço questão de citar a música dessa vez por que as semelhanças eram nítidas. Mostrei o vídeo a dois amigos fãs do Legião e tiveram a mesma opinião. Embora Henrique talvez não saiba. A música era considerada dificílima pelo próprio Renato Russo e ele também errava a letra e voltava, tal como Henrique quando apresentou-se.
Agora mais uma surpresa: Henrique está entre os finalistas do Baixo Sul para o FACE – Festival Anual da Canção Estudantil. O título da canção, composta e interpretada por ele e seu colega Leonardo, é “velha correria” (http://www.4shared.com/audio/mFTXDA0I/Velha_Correria_-_FACE_2010.html Se for classificada, irá para a final concorrendo com outras canções de toda a Bahia. Ainda não ouvi as demais canções concorrentes. Se tiver acesso a elas, prometo ouvi-las com a devida isenção em busca da qualidade e sem apadrinhamentos nem camaradagens. Mas por enquanto estou torcendo por Henrique. E convido aos demais para conhecerem a canção e juntos torcermos por este valenciano.
Tenho insistido para ele apresentar a canção na Ocupação Cultural. Não sei se é permitido pelo regulamento do festival, mas gostaria de sugerir às rádios locais, em especial a Comunitária Rio Una FM, que entrassem também nessa e incluíssem-na na sua programação musical. Convidassem os artistas, entrevistassem-nos, valorizassem e tocassem o que é nosso.
Enquanto isso, Henrique segue com a “velha correria” enquanto nós, com o perdão do trocadilho, corremos atrás dele...