quinta-feira, 8 de outubro de 2015

SONETO + PÓ DE SER CENTRO



Ainda tento
Voltar ao centro
Escrever o mais belo poema
Cuja lida valha a pena.

Inspira-me a lembrança
Do tempo que era criança
Procuro o centro antigo
Mas ele perdeu-se sem sentido.

O centro tá deslocado
Sujo, feio, mal cuidado
Na calada da noite corre-se risco, assalto.

Na antiga rua direita, hoje calçadão
Agoniza um antigo casarão
Pó de ser, flor rachando o asfalto.

domingo, 26 de abril de 2015

Re- Criado

Queria fazer um poema
Onde redimisse sua pena
Entrecruzasse naufragado
Pelos sete mares tragado
Assim renasceria sobre o barro
Branco, pagando pelo pato
De ter passado em nuvens brancas
Não ter subido pelas tamancas
Não ter engrossado o pescoço
Agora, cachorro, acostuma-se roendo osso.

sábado, 11 de abril de 2015

Tr ov(o) adas g ( l ) osadas



Tr ov(o) adas
g ( l ) osadas



Abre-se, flor no cio
Neste quente-frio mês de abril.
Rompe as com-porta-das cachoeiras
Corre ao léu, sem eira, nem beira.
A terra molhada, feliz, goza
Enquanto componho essa glosa
Saboreando uma feijoada,
Carne e jabá, baiana temperada.
Dispenso Leblon, Ipanema....
Prefiro perder-me na flor de açucena.



terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Pe(r)dido: 15 ânus



Maria não perderia aquela festa
jamais fez-se modesta
há tempos fazia planos
Oxalá completara 15 anos.

Oiá fogo queimou o tacho
na pressa, esquecera o despacho
Exu_tava pela rua
desejando-a toda nua.

Diz que deu, não deu
N(h)en_gatu se comprometeu
engravidada pela coxa

flor des-petala-da aos 15 anos
maria que_ria apenas dando o ânus
permanecer menina moça.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Maria Lua



P/ Maria Lua Costa
+ 27-12-2014

Lua pe(r)dia um poema
Valia pagar a pena
Renovando estação
Lembrança acesa no coração.

Lua pe(r)dia uni- verso
Vida verso-re-verso
Nova, cheia, crescente
Lua marcava a gente.

Lua pe(r)dia soneto
Num uni-verso perfeito
Lua brilha no céu.

Variáveis luas marias
Re-surgem nas poesias
Imortais no papel.



26-01-2015, 23:26PM

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Soneto do trem cruzando a ponte



Era um trem ex-tenso
Re-montava ao velho Tempo
A qualquer hora cruzava a ponte
Apontava novo horizonte.

A velha estação re-vivia
Ferros compondo sua melodia
Além do sino, a fumaça anunciava
Vagão nunca descarrilhava.

Trem, seguia seu destino
Deixando-me des_atino
Cruzando Para_água_çu

Do ente que chegava são
Félix unia-se ao irmão
Na diáspora do atlântico-sul.


Cachoeira, 19 de janeiro de 2015