segunda-feira, 28 de novembro de 2011

HÁ VAGAS PARA RAPAZES DE FINO TRATO – ÚLTIMA APRESENTAÇÃO EM 2011


Após subir aos palcos do Teatro Dona Cano, Cine Teatro Vitória, Centro de Cultura de Valença e arrancar aplausos na Semana de Cultura em Gandu a peça “Há vagas para rapazes de fino trato” encerra sua temporada em 2011 apresentando-se no próximo sábado, 03 de dezembro às 20 horas, na MaCRo.

A peça se desenvolve a partir do encontro entre Paco e Tonho, dois rapazes sem qualquer afinidade aparente, que passam a dividir um mesmo quarto de pensão em Salvador. Tonho é o moço sonhador que deixará Valença para realizar seus sonhos na capital; Paco é o soteropolitano porra-louca, desencantado e perturbador. Num jogo de estranhamento versus sedução, dominação vs. cumplicidade, esperança vs. desengano, os personagens se envolvem numa trama tensa que ora os polariza, ora os aproxima.


Livremente inspirado em Dois Perdidos Numa Noite Suja, de Plínio Marcos, Há Vagas para Rapazes de Fino Trato resgata e dá novos contornos psicológicos à dupla criada pelo dramaturgo, vivida nesta montagem por Adriano Pereira (Teatro Nu) e Cadu Oliveira (Geração Coca-Cola), que também assina o texto. O espetáculo é dirigido por Juliano Britto.

Com mais esta produção OPECADO – Oficina Permanente de Criações Artísticas Deus Omni mostra mais uma vez sua versatilidade propondo um espetáculo contextualizado com a contemporaneidade uma vez que acontece no domingo em Valença a III Parada Gay, além de inaugurar um novo espaço de apresentações.



A Casa de Cultura MaCRo, fica situada à Praça Barão do Rio Branco, nº 08, bairro de São Félix e foi inaugurada recentemente após o precoce passamento da atriz, poetisa e militante cultural Maria Cláudia Rodrigues. Desde sua pré inauguração no mês de Julho, tem se consolidado como um importante espaço cultural da cidade realizando reuniões e encontros com artistas dos mais diversos segmentos.

Como atividade de formação, foi realizada entre os meses de setembro e outubro a Oficina de Inspiração Teatral, ministrada por Suelma Costa (Amêsa, No outro lado do mar) quando atores e atrizes valencianos puderam realizar um rico momento de intercâmbio e aperfeiçoamento de técnicas teatrais.

Em Outubro, ocorreu também na MaCRo a primeira Ocupação Cultural, sarau poético musical (www.ocupacaocultural.blogspot.com ) quando foi lançado o projeto DEIXE SUA MARCA onde empresas e entidades estão sendo convidadas a participar. Já participam da iniciativa a Câmara de Vereadores, A Casa Lacerda, Cut Bahia, Aplb Sindicato,Art e Foto, Grafica Prisma e Jornal Valenca Agora.

Em Janeiro, a MaCRo abrirá novos cursos e oficinas entre eles o Curso de Cinema com Araken Galvão, uma oficina de web vídeo com Cadu Oliveira e uma oficina de cordel com Chico Nascimento.


Ficha Técnica
Elenco: Adriano Pereira e Cadu Oliveira
Direção: Juliano Britto
Texto: Cadu Oliveira
Trilha Sonora: Mateus Magyver

Serviço
O que: Espetáculo teatral Há Vagas para Rapazes de Fino Trato
Onde: Casa de Cultura MaCRo ( Maria Cláudia Rodrigues) – Valença/BA.
Quando: 03 de dezembro de 2011, sábado, às 20h.
Quanto: 10 (inteira) e 5 (meia / antecipado)
Realização: OPECADO

terça-feira, 22 de novembro de 2011

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA - ê dendê: olhares sobre a costa do dendê


Será que nos ilhamos, quando olhamos? É a pergunta que me faço, com a câmera entre as mãos e os olhos ansiosos por decifrar e grafar luzes e mundos. Acabo de subir neste barco imaginado que navega a Costa do Dendê há quatro anos, pesquisando e mapeando artesãos da região.

Daqui do barco, eu vejo: olho não é ilha. Primeiro, porque vejo com todo o corpo. Vejo com os ouvidos que escutam novos sotaques e contam velhas histórias, com mãos que tocam outra areia e plantas inéditas, vejo com os pés e os poros, com a palma e o paladar. Como a câmera é uma extensão do olho, fotografo com todo o corpo, que talvez seja mais simples e sincero que o romantismo de fotografar "com toda a alma".

Mas não é apenas com meu corpo que fotografo. Fotografo com muitos corpos, porque o olhar do outro sensibiliza e modifica meu olhar. As fotos tomadas durante os dias de trabalho são projetadas na rua e vistas pela comunidade ao final da visita a uma determinada localidade. Assim, quem é fotografado, de alguma maneira, também fotografa; a câmera deixa de ser ostentada para ser ofertada. O artesão ensina o artista a refazer seu olhar com a naturalidade de um pai que ensina um filho a tecer.

Por isso, falamos em olhares, no plural. Os olhares desatam as ilhas, e nos reconhecemos no espelho d'água. A rede de "Olhares sobre a Costa do Dendê", como rede de pesca lançada ao mistério de rio ou mar, para desmistificá-los, se faz cada vez mais ampla e imbricada.

Marília Palmeira
(Fotógrafa)