quarta-feira, 12 de agosto de 2009

RAMIRO E A CULTURA DA MALVADEZA


Malvadeza era um dos títulos do “último coronel da Bahia”. Pensava-se que, com o seu falecimento, estávamos livres desta nefasta tradição. Ledo engano. A cultura resiste ainda nos coronéis de províncias, cujo exemplo mais emblemático é o atual prefeito de Valença, Ramiro Queiroz.
Não lhe falta o exacerbado populismo, o discurso anedótico e simplório, o caráter folclórico de suas estripulias... Mas detenhamos na chamada “cultura da malvadeza”, visto que discorrer sobre outros aspectos tornaria este texto muito extenso e fugiria do seu objetivo inicial.
MALVADEZA! – Se não, que outro termo para descrever o terrível descaso com que o prefeito vem tratando nossa cidade? Como explicar então a buraqueira e favelização que virou a nossa orla, ameaçando inclusive a segurança física de senhoras e senhores que por ali caminham e a qualquer hora podem ser abduzidos por uma das inúmeras crateras do seu calçadão? Isso sem falar nos postes quebrados, sem lâmpadas, caindo aos pedaços e enferrujados, provocando sérios riscos...
E por falar em buracos, eles deveriam merecer na verdade um outro artigo, visto que nossa cidade já recebeu de alguns o título de Iraque-pós guerra, em alusão à destruição provocada pelas enormes crateras que existem em toda a cidade... os buracos estendem-se desde o adro do Amparo, onde há meses existe um com mais de três metros de extensão, passa pelas vias principais da cidade e estende-se em toda a periferia.
MALVADEZA! - Que outro nome dá ao abandono à Praça da República, que depois de anos de degradação, foi finalmente reformada com uma verba milionária, oriunda do Governo Federal e voltou a ser revitalizada tornando-se novamente freqüentada por famílias... há meses a fonte luminosa da praça encontra-se desligada servindo apenas como criadouro de mosquitos e fonte de abastecimento para lavadores de carros.
MALVADEZA! É também o descaso e abandono com que estão sendo tratadas a saúde pública! Denúncias pipocaram aos quatro ventos de remédios que estavam num depósito para serem incinerados por que não foram devidamente distribuídos e passaram da validade. Até escovas de dentes estão sendo jogadas fora...
É certo que cada prefeito queira deixar registrada sua marca. No entanto, esta não pode ser construída deixando de lado o trabalho iniciado ou realizado por outros.
Ao contrário, o que foi feito deve ser melhorado, conservado, ampliado, mas nunca abandonado simplesmente por que não tenha sido feito por suas mãos. Um bom gestor é lembrado pelo que faz e não pelo que deixa de fazer. Mas não pode sair atropelando a tudo e a todos. Até por que, o tempo é curto e ele mesmo não conseguirá realizar tudo o que desejaria.
Em tempo: em outro momento voltaremos a falar sobre os 22 parques que o “tio” pretende construir... o que não deixa de ser outra malvadeza, como bem denunciou esta semana o jornalista Railton Ramos em seu jornal Costa do Dendê, o qual recomendamos a leitura. Nele, Railton, sugere a inteligente e incontestável pergunta: “se o tio gosta tanto de crianças, por que mantêm a creche Favo de mel, no bairro da Urbis, fechada?
Respondemos: é mais barato e mais visível construir parques, principalmente no Centro da cidade. As creches têm um custo maior de manutenção, visto que seria preciso de merenda escolar e funcionários capacitados.

Adriano Pereira

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