domingo, 16 de agosto de 2009

"PERAÍ, VAMOS FUMAR O CACHIMBO DA PAZ!"



Quando estudava na EMARC, meu professor de filosofia me ensinou o seguinte: - Existem perguntas que não devíamos fazer, por que no fundo nós já sabemos a resposta. Mas o sujeito insiste em perguntar...
Aprendi também que determinadas respostas não devem ser dadas! Por que determinadas pessoas nos perguntam, se só aceitam ouvir o que lhes agrada?
Creio que a maioria dos leitores desse blog já sabem do que estou falando; aos que não acompanham, explico. Recentemente, escrevi um artigo opinativo (uma crítica, melhor dizendo) sobre a banda “os quatro elementos”. Ressalte-se que o artigo foi escrito após cada membro, individualmente, solicitar minha opinião sobre o trabalho.
Pois é, manifestei-me publicamente, assim, antecipadamente ao show que os mesmo irão realizar, tendo como intenção chamar atenção para o que vinha sendo feito, estimular o debate e dar minha pequena contribuição, visando um trabalho com um pouco mais de qualidade e originalidade.
Iniciei o artigo com as seguintes palavras: Fazer arte em Valença é difícil. (...) Fazer crítica de arte neste cenário é ainda mais desolador, numa cidade onde pouquíssimos são os que lêem e raros são os espaços para externar essas críticas. É ainda perigoso, visto que os criticados, na maioria das vezes não compreendem que as pedras atiradas, são na verdade para acordar os que estão na redoma e, não quebrar e destruir o que está sendo construído. De quebra, as críticas geram muito mais desentendimentos e desafetos.
Pois é. Fiz questão de reproduzi-las de novo, em letras garrafais, por que admito que sabia, desde o início, que haveriam divergências, primeiro por que minha opinião, embora possa ser a verdade, é apenas a minha verdade, nem melhor, nem pior, passível de falhas e equívocos, mas não poderia deixar de expressa-la.
Manifestei minha opinião no blog, prevendo que haveriam posições divergentes, abrindo assim a possibilidade de que elas fossem manifestadas e publicadas através de comentários.
O que não esperava era uma onda revanchista e rasteira (para não dizer baixa), que iniciou-se antes mesmo da publicação, onde prevaleceram agressões pessoais e morais, típicos de mentalidades pequenas, que pouco contribuem para um debate sadio e produtivo.
A primeira atitude do grupo foi a minha exclusão sumária do perfil da banda no orkut. Depois, retaliações e comentários que ao invés de contra-argumentarem sobre o que eu havia escrito e mostrarem os possíveis equívocos que eu poderia ter cometido, partiram para a desqualificação da minha pessoa e de um trabalho sério e importante, que vem sendo desenvolvido não só por mim, mas por diversos artistas, onde incluíam-se também o próprio grupo “os quatro elementos”, que é o projeto OCUPAÇÃO CULTURAL.
Por esta razão, voltarei ao assunto, a fim de esclarecer alguns pontos que foram levantados e, na medida do possível desfazer equívocos, colocando as coisas no devido lugar.
Como os comentários foram muitos e diversos, responde-los, tornaria esse texto bastante extenso; procurarei esclarecer por parte, respondendo desta vez ao menos ao primeiro e mais grave deles.
Afirmam que acusei os membros da banda de fazerem apologia às drogas!
Não é verdade! O que disse é que os quatro elementos estavam abrindo o show com uma música claramente apologética que é a música “Cachimbo da Paz”, de Gabriel Pensador. Qualquer pessoa que conhece a música sabe do que ela fala. Creio que até minha avó se ouvi-la, entenderá a sua mensagem! É, no mínimo, ingenuidade negar este fato.
Quero antes deixar claro que não tenho nenhum receio em levantar esta discussão. Todos conhecem minha posição favorável à descriminalização. Em 2003, discuti em minha monografia o referido tema tendo como objeto de estudo o grupo “planet hemp” e em outro momento publiquei artigo em defesa da Marcha Mundial da Maconha no jornal Valença Agora, gerando inclusive comentários discordantes à época, do articulista Araken Galvão e cuja posição mantive, embora não tenha sido explicitada por mera falta de interesse do veículo em publicá-la, o que em minha opinião perdeu a chance de um grande debate.
Sendo assim, o que sugeri é que se “os quatro elementos” tinham uma outra proposta que não era o debate sobre a legalização, deveriam não tocar no assunto e sim iniciar o show apresentando a homônima música de trabalho, mais coerente assim com a proposta do grupo. Mas o grupo parece que não entendeu desta forma e preferiu tachar-me de “ideologicamente e culturalmente transtornado”...
Vai ver que como dizia o mesmo Gabriel: “essa tribo é atrasada demais...”

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