quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Bahia tem... Nádia Taquary


Nascida em Salvador, atlântica, criou-se em Valença, beira de mar e rio. É de Peixes. Um ser de águas recôncavas. Seu pai, professor de educação física e ginástica olímpica de formação, também lidava com jóias. Era um fazedor de coisas, guardador e restaurador de objetos que saiam perfeitos de seu galpãooficina no fundo da casa. Nádia, a índia Taquary, de olho, pescando tudo.


Cursou letras, mas apaixonou-se pelas artes. Estudando, encontrou-se nos textos sobre cultura africana e descobriu as ‘joias de crioulas baianas’ no livro ‘Círculo das Contas’, do Museu Carlos Costa Pinto. A cada página abria-se um mundo de encantamentos, memórias
da infância, das peças dadas por seu pai, da identidade com aquela estética tão familiar.


A Bahia tem... é uma louvação à Bahia negra, misturada e rica, às águas como caminho que embalou o rico legado de nossa história. É o resultado de um encontro entre África, Europa e o novo mundo, onde a opulência e o requinte das ‘joias de crioula’ recriadas por Nádia Taquary nesta versão contemporânea, pretende aguçar sua lembrança de um belo tão intensamente nosso.

O mote da mostra veio da música “O que é que a baiana tem?”, de Dorival Caymmi (gravada por Carmem Miranda), na qual se fala das jóias, balangandans e vestimentas das mulheres negras da Bahia no começo do século. A artista uniu o tema ao conceito da linha Olorum Bamim e fez as obras, que contemplam colares com formas diversas: abertos, fechados, com múltiplas pontas, balangandans e com figas.

Olorum Bamim – O nome, elaborado com sugestões do artista plástico Mestre Didi e de Adbié , significa proteção do Deus maior. O projeto teve origem numa pesquisa de pós-graduação da artista plástica sobre as jóias que as crioulas usavam no Brasil durante o período colonial. “Fiquei fascinada com a exuberância do encontro dos três mundos (Europa, África e Brasil) e da forma como isso refletia nos adereços daquelas mulheres”, conta Nádia, que também se inspirou no livro “O círculo das contas”, da historiadora e museóloga Solange Godoy, feito para o Museu Carlos CostaPinto (BA). O livro explica como as jóias de crioulas chegaram a Salvador e ao recôncavo baiano. “Um povo que não se olha e que não se reconhece, empobrece; pois, nada do que possui é verdadeiramente seu”, arremata a artista.

Com informações do www.culturabaiana.com.br

Um comentário:

VP disse...

Nadia, sou amiga de Ines Vieira que recomendou a sua exposição no Museu Costa Pinto e foi uma surpresa muito agradável ter visto as suas peças!
Amei! Sou baiana, adoro os nossos ¨balangandans¨ e fiquei admirada com a beleza da sua arte!
Parabéns!
Beijos Vania Passos